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sábado, 14 de junho de 2014

SEM ABRIGOS

Tu que dormes à noite na calçada ao relento
Tu que dormes noites de pesadelos e ciume
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Ou numa cama de raiva com lençóis feitos de lume

Tu que passas noites de solidão e sofrimento
Tu que não tens dinheiro nem brinquedos para dar
Vives a tua vida num imperfeito isolamento
Inventando bonecas, brinquedos e comboios ao luar


Tu que vives a tua solidão sem sequer um queixume
Tu que vês nas montras a tua fome, que eu sei
Tu que passas frio e nem sequer ascendes um lume
Tu que vês tanta tristeza, num simples bolo-rei

Nada neles nos comove, passamos frios e distantes
Como podemos dota-los a tamanho esquecimento
Mesmo que passemos por eles em todos os instantes
Tentamos esquece-los, porque vê-los causa-nos sofrimento


A pobreza envergonhada mora mesmo ao nosso lado
Enquanto alguns gastam o que pertence ao povo
É preciso falar, gritar,contestar e não ficar calado
Precisamos lutar e revoltarmo-nos de novo

É este o portugal de orgulho dos nossos governantes
É este o portugal que vai do algarve até ao gerês
É este portugal de gentes e vidas deslumbrantes
É este portugal que me envergonha de ser português

          Dealer
Imagens e fotos extraídas do google



1 comentário:

  1. Desolador isso, em todo lugar vemos isso, governo nada faz para melhor essa situação.
    Quando vejo isso me faz refletir que minhas dores nada são diante das dores deles
    Faço o que posso, mas uma andorinha não faz verão, agora um bando pode mover uma multidão...
    Bonito texto, mesmo com a tristeza nele...
    Boa noite a vc...

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