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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A VIDA É UM MOMENTO

Um dia um amigo de Oscar Wild disse-lhe ( A vida é uma miséria ) e ele respondeu-lhe ( Comparada
com o quê )

À momentos na nossa vida
Dos quais precisamos abrir mão
À momentos na nossa vida
Que todas as nossas verdades
fazem parte do passado
À momentos na nossa vida
Que tudo o que assegurava
 a nossa sustentação
Cai tudo independentemente
da nossa recusa ou aceitação
Pois a vida continua a passar-nos ao lado
Seguindo em frente
em busca de um novo acontecimento
Tornando-se inutil ao nosso crescimento

À momentos na nossa vida
Que ficamos sem saber para onde ir
Que nada nos consegue alegrar motivar ou seduzir
À momentos na nossa vida
Que ficamos em compasso de espera
Assistindo à fragmentação da nossa estrutura
Agora transformada em quimera
É nestes momentos que tem
O peso de uma eternidade
E os nossos valores viram fatalidade
Tornando-nos vazios e sós
Pois até a natureza se cala
E todos à nossa volta perdem a fala
Levando-me a pensar o que vai ser de nós

À momentos na nossa vida
Que independente do nosso torpor
Ficamos esmiuçando o que sobrou
Sobrando apenas a dor
Descobrindo que algo dentro de nós morreu

Em memória de meu Pai que morreu faz hoje 20 anos, tendo levado com ele parte da minha vida
                     Dealer
Fotos e imagens extraídas do google

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

QUERO

Quero navegar nas ondas do teu cabelo
Quero perder-me nas dunas do teu corpo sedento
Quero por estas palavras fazer-te um apelo
Quero ter-te nem que seja por pouco tempo

Quero sentir teu corpo colado ao meu
Quero sentir o teu desejo ao me acariciares
Quero ouvir-te dizer que sou eu
Quero ouvir-te suplicar para me amares

Quero sentir o teu corpo gemer de prazer
Quero beijar todas as curvas com desejo
Quero decifrar em ti o que te faz querer
Quero com carinho satisfazer o teu ensejo

Quero que deites fora os teus tormentos
Quero que te libertes dos teus pesadelos
Quero que saibas que em todos os momentos
Quero que comigo percas os teus medos

Quero perder-me nos teus beijos
Quero saciar-me no teu corpo com prazer
Quero satisfazer todos os teus desejos
Quero amar-te e ter-te até morrer
           Dealer
Fotos e imagens do google

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BORRACHO DA ALDEIA

Partiu a pedra para as construir
Há muito dele nas paredes onde passa
Mas nenhuma o acolhe para dormir
Quando a angustia e a dor o abraça

Bebe vinho quando a solidão o atormenta
Engole-a e sente-a correr pelas veias
Mais vale borracho que maluco, comenta
A sanidade mental não resiste ao alcool e suas teias

Acorda cedo ao raiar da aurora
Desorientado dá-lhe para cantarolar
À espera que abra a taberna chora
No silêncio da aldeia que tarda a acordar

Bebe uns copos ao balcão e sobe à serra
Lugar onde todos sabem que mora
Por lá vagueia cambaleante por veredas de terra
Mas sem tropeçar nas pedras que conhece de outrora


Fala com as àrvores uma a uma
O sol dita-lhe as horas da merenda
Dorme a sesta em lençois de caruma
A aldeia procura-o sentindo dele falta tremenda



Foi encontrado morto debaixo do velho carvalho
Com migalhas da merenda na mão
Dormindo o seu último sono ao relento
Tinha a roupa ainda coberta pelo orvalho
A vela-lo os pássaros cantando em lamento
Morreu quem partilhava com eles a solidão

                  Dealer
Fotos e imagens do google