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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BORRACHO DA ALDEIA

Partiu a pedra para as construir
Há muito dele nas paredes onde passa
Mas nenhuma o acolhe para dormir
Quando a angustia e a dor o abraça

Bebe vinho quando a solidão o atormenta
Engole-a e sente-a correr pelas veias
Mais vale borracho que maluco, comenta
A sanidade mental não resiste ao alcool e suas teias

Acorda cedo ao raiar da aurora
Desorientado dá-lhe para cantarolar
À espera que abra a taberna chora
No silêncio da aldeia que tarda a acordar

Bebe uns copos ao balcão e sobe à serra
Lugar onde todos sabem que mora
Por lá vagueia cambaleante por veredas de terra
Mas sem tropeçar nas pedras que conhece de outrora


Fala com as àrvores uma a uma
O sol dita-lhe as horas da merenda
Dorme a sesta em lençois de caruma
A aldeia procura-o sentindo dele falta tremenda



Foi encontrado morto debaixo do velho carvalho
Com migalhas da merenda na mão
Dormindo o seu último sono ao relento
Tinha a roupa ainda coberta pelo orvalho
A vela-lo os pássaros cantando em lamento
Morreu quem partilhava com eles a solidão

                  Dealer
Fotos e imagens do google



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